sábado, 22 de setembro de 2012

55 MILHÕES DE NEGROS JÁ SÃO DA CLASSE MÉDIA


Por Yara Aquino, Repórter da Agência Brasil

“Aproximadamente 80% dos novos integrantes da classe média brasileira são negros. Nos últimos dez anos, a classe média teve crescimento de 38% e, hoje, abrange 53% da população, o que significa 104 milhões de brasileiros. Os dados são do estudo “Vozes da Classe Média” divulgado ontem (20) pela “Secretaria de Assuntos Estratégicos” (SAE) da Presidência da República.

Uma das características da classe média é que os grupos que entraram eram os que estavam menos representados. Agora, ela [classe média] é muito mais heterogênea do que era há dez anos. As empregadas domésticas, que eram uma fração menor, ampliaram a participação, os negros aumentaram. Quase 80% do aumento na classe média refere-se à população negra”, disse o secretário de Assuntos Estratégicos da SAE, Ricardo Paes de Barros.

Com esse aumento, a representatividade entre negros e brancos na classe média ficou equilibrada. Um total de [55 milhões] 53% da classe média é formado por negros e [49 milhões] 47% por brancos. O estudo registra que esse equilíbrio, no entanto, não significa que as desigualdades raciais foram superadas, uma vez que perduram nas demais classes. Na classe alta, 69% são brancos e 31% negros; e na classe baixa 69% são negros e 31% brancos.

O estudo identificou, também, relações entre o emprego e a classe média. Dos trabalhadores ocupados – formais e informais –, 57% estão na classe média. Quando se leva em conta apenas os trabalhadores formais, esse número sobre para 58%.”

FONTE: reportagem de Yara Aquino, da Agência Brasil (edição: Talita Cavalcante) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-20/negros-representam-quase-80-da-nova-classe-media-mostra-estudo) [Título, imagem obtida no Google e trechos entre colchetes adicionados pelo o blog ‘democracia&política’ e reproduzida por este blog..

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Leonardo Boff: POR QUE TENTAM FERIR LETALMENTE O PT?


Leonardo Boff

MANTER VIVA A CAUSA DO PT: "PARA ALÉM DO MENSALÃO"

Por Leonardo Boff, sugestão da sgeral/MST

“Há um provérbio popular alemão que reza: “você bate no saco mas pensa no animal que carrega o saco”. Ele se aplica ao PT com referência ao processo do “Mensalão”. Você bate nos acusados mas tem a intenção de bater no PT. A relevância espalhafatosa que o grosso da mídia está dando à questão, mostra que o grande interesse não se concentra na condenação dos acusados, mas através de sua condenação, atingir de morte o PT.

De saída, quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa, pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares. Reconheço com dor que quadros importantes da direção do partido se deixaram morder pela mosca azul do poder e cometeram irregularidades inaceitáveis. Muitos sentimo-nos decepcionados, pois depositávamos neles a esperança de que seria possível resistir às seduções inerentes ao poder. Tinham a chance de mostrar um exercício ético do poder na medida em que este poder reforçaria o poder do povo que assim se faria participativo e democrático. Lamentavelmente, houve a queda. Mas ela nunca é fatal. Quem cai, sempre pode se levantar. Com a queda, não caiu a causa que o PT representa: daqueles que vêm da grande tribulação histórica, sempre mantidos no abandono e na marginalidade. Por políticas sociais consistentes, milhões foram integrados e se fizeram sujeitos ativos. Eles estão inaugurando um novo tempo que obrigará todas as forças sociais a se reformularem e também a mudarem seus hábitos políticos.

Por que muitos resistem e tentam ferir letalmente o PT? Há muitas razões. Ressalto apenas duas decisivas.

A primeira tem a ver com uma questão de classe social. Sabidamente, temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, como soia repetir Darcy Ribeiro. Estão mais interessadas em defender privilégios do que garantir direitos para todos. Elas nunca se reconciliaram com o povo. Como escreveu o historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma no Brasil 1965,14) elas “negaram seus direitos, arrasaram sua vida e logo que o viram crescer, lhe negaram, pouco a pouco, a sua aprovação, conspiraram para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continuam achando que lhe pertence”. Ora, o PT e Lula vem dessa periferia. Chegaram democraticamente ao centro do poder. Essas elites tolerariam Lula no Planalto apenas como serviçal, mas jamais como Presidente. Não conseguem digerir esse dado inapagável. Lula Presidente representa uma virada de magnitude histórica. Essas elites perderam. E nada aprenderam. Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada de “Veja” contra Lula. Esses grupos sepropõem apear o PT do poder e liquidar com seus líderes.

A segunda razão está em seu arraigado conservadorismo. Não quererem mudar, nem se ajustar ao novo tempo. Internalizaram a dialética do senhor e do servo. Saudosistas, preferem se alinhar de forma agregada e subalterna, como servos, ao senhor que hegemoniza a atual fase planetária: os USA e seus aliados, hoje todos em crise de degeneração. Difamaram a coragem de um Presidente que mostrou a autoestima e a autonomia do país, decisivo para o futuro ecológico e econômico do mundo, orgulhoso de seu ensaio civilizatório racialmente ecumênico e pacífico. Querem um Brasil menor do que eles para continuarem a ter vantagens.

Por fim, temos esperança. Segundo Ignace Sachs, o Brasil, na esteira das políticas republicanas inauguradas pelo PT e que devem ser ainda aprofundadas, pode ser a “Terra da Boa Esperança”, quer dizer, uma pequena antecipação do que poderá ser a Terra revitalizada, baixada da cruz e ressuscitada. Muitos jovens empresários, com outra cabeça, não se deixam mais iludir pela macroeconomia neoliberal globalizada. Procuram seguir o novo caminho aberto pelo PT e pelos aliados de causa. Querem produzir autonomamente para o mercado interno, abastecendo os milhões de brasileiros que buscam um consumo necessário, suficiente e responsável e assim poderem viver um desafogo com dignidade e decência. Essa utopia mínima é factível. O PT se esforça por realizá-la. Essa causa não pode ser perdida em razão da férrea resistência de opositores superados porque é sagrada demais pelo tanto de suor e de sangue que custou.”

FONTE: escrito por Leonardo Boff, teólogo, filósofo, escritor e doutor honoris causa em política pela Universidade de Turim por solicitação de Norberto Bobbio. Artigo publicado no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/politica/leonardo-boff-por-que-muitos-tentam-ferir-letalmente-o-pt.html) [Imagem obtida no google e adicionada por este blog ‘democracia&política’].

sábado, 1 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM JOÃO BOSCO, CANDIDATO A PREFEITO DE TEIXEIRA DE FREITAS.

A campanha começou boa. Como está a resposta do povo?
Encantadora. Quando passo pelas ruas, os abraços são muito calorosos e a vontade do povo de mudança, de ganhar essa eleição é muito grande.
Então, diz pra gente, quem é João Bosco?
Uma pessoa simples como todo teixeirense, todo brasileiro, pai de família, tem três filhos encantadores. Como todo pai, sou apaixonado pelos meus filhos. Moro em Teixeira de Freitas desde 1993, sou médico.

Como vai ser sua atenção para com as pessoas da cidade?
Olha, quando eu cheguei em Teixeira, eu conheci Irmã Ângela. Encontrei uns três dias a Irmã Ângela em frente ao Banco do Brasil e ela me perguntou se eu era médico, eu disse, sou. Ela perguntou, posso levar meus pacientes pro senhor olhar. Eu disse pode, mas me traga paciente grave, não me traga gripe não que resfriado a senhora dá um chá. Essa senhora me trouxe tanta coisa grave, nós fizemos tanta coisa boa nessa Teixeira de Freitas.
Eu quero dizer que eu quero cuidar de Teixeira de Freitas com o mesmo carinho que eu tenho com meus pacientes, com a mesma dedicação que eu tenho com a medicina. Quem me conhece sabe muito bem como é que é minha vida, como é meu comprometimento com a minha profissão.
Como foi o João Bosco filho, sua infância, seu crescimento?
Minha infância foi muito simples. A gente construía os próprios brinquedos. Teve uma época que a roda era feita de sandália havaiana, era muito simples mesmo. Eu cresci como uma criança pobre.
“Bosco durante a gestão à frente da Unimed foi sempre ético, sempre correto. Ele procurava integridade, responsabilidade administrativa nas principais coisas, desde um orçamento simples como a compra de um computador até negociações com uma grande clínica ou hospital.”
Eujácio Dantas
“Vivia desmaiando, com problema de coração, caindo, andava direto no médico. Mas Deus me mostrou ele e pra mim foi muito bom. Depois que eu comecei a tratar com ele, não desmaiei mais. Sou grata a você porque você é um médico muito especial, muito bom.”
Anísia Generosa do Espírito Santo
“A vida é de luta. Não existe nada fácil. Então, a gente sempre lutou para alcançar nosso objetivo e ele, especialmente, desde criança, criava seus próprios brinquedos, por iniciativa própria. Depois, começou a trabalhar muito novo. Eu tinha uma indústria, ele trabalhava comigo, no setor de venda, de entrega. Uma condição geral de trabalho, não tinha “não faço isso”, “não faça aquilo”, ele fazia o que precisava”
Seu João, pai de João Bosco
“Eu tenho uma relação muito aberta com ele, converso tudo. Meu pai é meu melhor amigo. Ele sempre procurou me ajudar em tudo, ele está sempre presente. Quando tenho trabalho de escola, ele faz de tudo pra me ajudar. Às vezes fica até tarde comigo, depois de um dia enorme que ele anda, faz campanha. Ele sempre fica comigo. Meu pai é incrível. Ele é o melhor pai do mundo. Ele é um herói pra mim.
Pai, eu queria dizer que, mesmo com toda dificuldade, mesmo que às vezes eu implique, eu sei o quanto isso é importante pra você. E quero que você saiba que, independente do que aconteça, eu estou sempre com o senhor. Sempre. Pra te ajudar, pra te apoiar. Eu reclamo pela sua ausência, mas sei tudo que o senhor faz é pensando não só em mim, mas no bem dessa cidade, eu sei que o senhor ama essa cidade como ama os filhos do senhor. Eu te amo muito.”
Joana Bittencourt, filha de João Bosco