quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

É hora de botar a CF 2013 na rua

 

Depois de 21 anos, a Igreja no Brasil traz de volta a reflexão do tema “juventude” em 2013 durante a Campanha da Fraternidade (CF). Vivi intensamente o ano de 1991, preparando a CF do ano seguinte. Tenho em meu coração um espaço de saudade daqueles anos. Eu havia conhecido a PJ em 1989. Tínhamos na paróquia uma assessoria efetiva e afetiva dos salesianos e salesianas. E pudemos ir preparando o terreno para uma boa organização paroquial da PJ por lá.

Olho para o cartaz da CF 92 e muitas recordações vem em minha mente. Uma delas é de que, pela primeira vez, eu ouvia falar de juventude na Igreja como um elemento renovador. Era “o novo”, falávamos e líamos nos documentos. Os cantos litúrgicos e de animação tocavam neste ponto.Tantas iniciativas. Tantos cursos. Tantas palestras. Tantos festivais. Tantos shows. Teve até escola de Samba falando no tema! Era o ano da juventude. Foi um despertar!

Pois então, vinte e um anos depois, nós estamos novamente às vésperas de outro “ano da juventude”. 2013 chega anunciando nova CF sobre juventude e pela primeira vez a Jornada Mundial da Juventude acontecendo no Brasil. Aqui nas terras paulistas, também estaremos celebrando 40 anos de organização pejoteira. É um ano bonito e cheio de desafios.


E será um ano e meio em que se deve trabalhar muito. Sim. Um ano e meio. O trabalho, se acaso não começou, deve começar já! É hora de botar a CF 2013 na rua. É preciso pensar em como iremos, estrategicamente, colocar na pauta das discussões a vida da juventude e a missão evangelizadora de nossos grupos como promotores e portadores de sinais do Reino de Deus.

Os coordenadores dos grupos de jovens já estão por dentro destas discussões? Estamos capacitando as lideranças? Como estão os processos de acolhida e de aproximação com os jovens fora da Igreja? Como estamos vivendo o relacionamento com os outros juvenis dentro das nossas comunidades? Estamos levando para o poder público e para a sociedade civil as questões que atingem diretamente a vida de tantos jovens? Estamos nos espelhando na vida e na prática de Jesus e das primeiras comunidades para poder realizar tudo isso?

Façam fóruns, rodas de conversa, seminários, retiros. Tragam para o centro das discussões as estratégias que devem ser adotadas para que esta CF tenha bons frutos. O que eu vou dizer é um clichê, mas é verdade: a gente colhe sempre aquilo que planta. Este momento, agora, é hora de começarmos a plantar, caso ainda não se tenha começado.

Há amigos que olham os primeiros sinais da próxima Campanha da Fraternidade (Hino, Cartaz) e ficam receosos. Outros não conseguem se enxergar nestes mesmos primeiros sinais. A eles eu digo: a vida pode ter a cor que queremos que ela tenha, mas para isso é preciso agir. Um símbolo não tem valor fechado sem a devida interpretação. O cartaz da CF 92 tem um grande valor simbólico para mim dado a tudo que vivi naquele período, mas nunca fui atrás da interpretação oficial. Com o novo cartaz pode ser a mesma coisa. O importante é que consigamos dar à juventude que está nos grupos da PJ um gosto bom e a intensidade de um momento bem vivido enquanto estiverem refletindo e vivenciando os momentos preparatórios e quaresmais desta nova Campanha da Fraternidade.

Há um campo de missão enorme aí! Há um tempo de esperança e um tempo de oportunidades. “Eis-me aqui. Envia-me”. Há tanto trabalho a ser feito. Há tanta juventude sem oportunidade, vítima de um sistema que a exclui e a joga para a marginalidade e daí para a criminalidade. “Eis-me aqui. Envia-me”. Há tantos jovens carentes de formação, carentes de lazer, carentes de carinho, carentes de sentido. Há tantos muros e tão poucas pontes.

É oportunidade boa, Pastoral da Juventude. É a chance de chegar em comunidades, nuclear grupos, apresentar a espiritualidade libertadora de Jesus, a espiritualidade do cotidiano, viva, sonhadora, lutadora e pensante. É hora de preparar bem o nosso povo. Há muitos para ouvir aquilo que temos a dizer. É um tempo urgente. É hora de ir aonde muita gente não quer, Pastoral da Juventude... “Ei! Oh nós aqui, oh! Envia-nos”.
Autor/Fonte: Rogerio Oliveira

sábado, 12 de janeiro de 2013

Você é o dono do seu destino

 


      Escrito em 1875 por William Ernest Henley, o poema britânico “Invictuous” tornou-se o companheiro mais constante de histórico prisioneiro inocente: Nelson Mandela que, aprisionado em Robben Island cumprindo pena de trabalhos forçados por 27 anos, lia e relia o texto de Henley para manter a esperança e a sanidade
“Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado-a-lado
Eu agradeço aos deuses que existem
Por minha alma indomável
Nas garras cruéis da circunstância
Eu não tremo ou me desespero
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra,
Mas não se curva,
Além deste lugar de raiva e choro
Para somente o horror da sombra
E, ainda assim a ameaça do tempo
Vai me encontrar e me achar, destemido
Não importa se o portão é estreito,
Não importa o tamanho do castigo.
Eu sou o dono do meu destino.
Eu sou o capitão da minha alma”
Os sentimentos ruins que nos rodeiam como depressão, preocupação,angústia, raiva, inveja e desespero representam a escuridão e as sombras do abismo da noite, com seus duros golpes em nossos corações, nos limitando e criando barreiras para realização dos nossos sonhos. Funcionam como prisões físicas do nosso corpo, mas jamais podem aprisionar a nossa alma, assim como aconteceu com um dos maiores líderes da história mundial, Nelson Mandela. A nossa alma indomável deve manter o entusiasmo ( Deus dentro de si) regido pela força da fé, do desejo ardente de vencer, iluminados pelo brilho do amanhecer, nos fazendo lembrar que depois da noite, sempre vem a luz da esperança que sufoca a escuridão do nosso medo, revelando sempre onde nós poderemos chegar para que o tempo, imparcial e implacável na sua missão, possa nos coroar no dia da nossa vitória.
O trecho final do poema “Não importa se o portão é estreito. Não importa o tamanho do castigo. Eu sou o dono do meu destino. Eu sou o capitão da minha alma” nos lembra que o nosso pensamento jamais pode ser aprisionado , pois está incorporado a nossa alma que tem conecção direta com Deus. Somos líderes de nossos sonhos.
“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” Jeremias 29.11
“O que Eu faço não o sabes agora, compreendê-lo-ás depois”. (Jo. 13.7).
Quando o compreendermos nos admiraremos e com lágrimas confessaremos: “Senhor, tu tiveste intenções tão boas comigo, mas eu não pude entender!”
A nossa maior dificuldade é esperar o tempo de Deus. A verdade é que somos imediatistas e não esperamos o tempo suficiente para recebermos as bênçãos de Deus. Será que valeu a pena para Mandela esperar 27 anos para tornar-se um dos maiores líderes do mundo, conseguindo unir brancos e negros em um dos maiores avanços da história da humanidade? Não precisa responder. A resposta está no coração de Mandela.
Jamais desanime na busca dos seus sonhos (desanimar significa desistir da alma). Lembre que ela é o habitat do Espírito Santo presente em você. Persista nos seus objetivos, seja o capitão do navio da vida que o levará à Ilha onde repousa os seus sonhos. Independente da tempestades no seu percurso e da escuridão da noite, aguente firme. Nenhuma tempestade ou escuridão dura para sempre.
Postado por  e Vitor Volejo

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Após refúgio, bispo retorna para região de conflito em MT

O bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, 84, retornou a Mato Grosso após três semanas escondido em Goiás devido a ameaças de morte.
O bispo defende o direito de posse dos índios xavantes sobre a terra indígena Marãiwatsédé, no nordeste do Estado. Por isso, estava sendo ameaçado por posseiros.
Os não índios foram obrigados pela Justiça, em novembro, a desocupar a área de 165 mil hectares em que viviam desde 1992.
Sérgio Lima - 04.nov.2003/Folhapress
Dom Pedro Casaldáliga no plenário da Câmara dos Deputados durante homenagem
Dom Pedro Casaldáliga no plenário da Câmara dos Deputados durante sessão solene em sua homenagem em 2003
O padre Paulo Santos, assistente do religioso que se refugiou com ele, disse à Folha que ambos retornaram a São Félix no dia 29. Eles haviam ido para Goiás em 7 de dezembro, após recomendação do governo federal.
A volta de Casaldáliga foi discutida com representantes do governo. A decisão levou em conta o apaziguamento da situação na região.
A Secretaria-Geral da Presidência da República diz não haver mais resistência. As poucas famílias de não índios remanescentes aguardam caminhões de mudança.
Segundo Santos, dom Pedro Casaldáliga recusou a oferta de segurança feita pelo Planalto no refúgio e no trajeto de volta e só dará entrevistas quando a situação estiver resolvida.
"A gente quer evitar qualquer impasse nesse momento", disse o padre, referindo-se à retirada de posseiros.
Santos não quis informar em que cidades se esconderam, pois teme necessitar novamente de refúgio.
Ele diz que as ameaças -- que são investigadas pela Polícia Federal-- não foram feitas diretamente ao bispo.
Fundador da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, o bispo ganhou notoriedade internacional ao denunciar atos de madeireiros, policiais e grandes proprietários rurais no regime militar, época em que os xavantes foram expulsos de suas terras.